Batman: Silêncio é um arco publicado em 2002 pela DC Comics, contando em 12 edições. Escrito pelo aclamado Jeph Loeb, autor das brilhantes obras O Longo Dia das Bruxas e Vitória Sombria pela DC e a série das cores (Homem-Aranha Azul, Demolidor Amarelo) pela Marvel, claramente um grande autor de Graphic Novels.
Apesar do arco Silêncio (Hush, no original) ser uma história publicada nas mensais do Homem-Morcego, entre os números #608 e 619, Loeb continua mantendo o seu bom nível nestas primeiras seis edições.
Vale a pena relembrar que a história analisada nesta resenha serão as 6 primeiras edições, que estão contidas no primeiro volume da Coleção de Graphic Novels da DC Comics da editora Eaglemoss.
No enredo de Batman – Silêncio, temos uma Gotham City infectada por uma epidemia criminosa, somada a volta de diversos inimigos do Homem-Morcego – como a Hera Venenosa, Crocodilo e Arlequina. Entretanto, uma certa discrepância no modo de agir deles, faz o Batman suspeitar de que existe alguém por trás que planeja matá-lo.
A trama da história se desenrola basicamente como explicado a cima: Quem é o tal “Silêncio” e como o vilão está arquitetando seu plano. De ímicio, temos o Batman tentando salvar um menino sequestrado por um monstruoso Killer Croc. E a partir daí, vemos uma série de vilões (cada um individualmente explicados enquanto aparecem, e amigos manipulados, que faz o Bruce Wayne relembrar seu passado – e seus piores pesadelos.
Enquanto cada vilão aparece, vemos leves explicações sobre a “ficha criminal da cada um”. São momentos que facilitam o entendimento de um leitor iniciante, porém pode ser algo repetitivo e cansativo para alguém que tem maior bagagem de leitura.
Talvez o maior problema de Batman – Silêncio no quesito roteiro são as várias histórias paralelas. Enquanto temos mais desenvolvimento na relação do Batman com a Mulher-Gato, vemos um elemento temido por muitos fãs de HQ: um retcon.
Esse recurso é usado quando o roteirista resolve mudar o passado de algum personagem, inserir algum detalhe na trama ou explicar algo que ele considere importante mas que nunca foi mostrado. No caso de Silêncio, temos o retorno de Tommy Elliot – personagem criado por Loeb para esta história – para Gotham. Amigo de Bruce Wayne, ele é apresentado em belos flashbacks pintados, com Elliot sendo inserido na vida do pequeno Bruce a cada passo. Infelizmente, ao final da edição ficamos com a sensação que Tommy foi apenas uma ferramenta de roteiro, e será descartado.
Se a narrativa de Silêncio tem pontos altos e baixos, isto não se aplica tanto a arte de Jim Lee (que já desenhou em X-Men e Liga da Justiça Novos 52). O traço do Lee combina muito com o Homem-Morcego, principalmente nas cenas de ação, com um tom bem anos 90: heróis musculosos e mulheres com corpos esculturais, o que pode agradar a alguns ou não.
A edição em capa dura da Eaglemoss também apresenta a primeira aparição do Batman na Detective Comics, algo bem interessante para ler a título de curiosidade. Considerando seu preço (R$ 9,99) para um material encadernado de luxo com poucos, mas interessantes extras, e cuja obra é uma leitura boa – mesmo talvez não se comparando aos clássicos do Cavaleiro das Trevas – fica a recomendação!
Páginas: 164
Preço: R$ 9,99
Acabamento: capa dura
Roteiro: Jeph Loeb
Arte: Jim Lee
Cores: Alex Sinclair