A Marvel finalmente começou a fase 3 do seu universo cinematográfico com Capitão América: Guerra Civil. Será que o filme realmente abalou o status quo dos seus filmes e alcançou as expectativas?
O mundo começa a dividir sua opinião a respeito dos Vingadores. Após as catástrofes em Nova York (em Vingadores), Washington DC (Capitão América 2) e Sokóvia (Era de Ultron), nossos queridos heróis já são considerados por muitos como vigilantes que não se responsabilizam pelos seus atos. Depois de um incidente ocorrido no começo do filme, os Vingadores são “forçados” a assinar o Tratado de Sokóvia, para poderem continuar atuando, com a condição de trabalharem para o governo.
Enquanto os heróis se dividem – entre os que apoiam o Tratado e acham o melhor caminho a se tomar – e os que são contra esse controle do governo, também acompanhamos a história de Bucky, o Soldado Invernal, que tenta entender quem ele é e relembrar de seu passado.
O filme divide muito bem o tempo de tela entre “Capitão América 3” (o arco do Bucky e o Steve Rogers) e o Guerra Civil (embate e cisão dos heróis). Enquanto o arco do Soldado Invernal ainda tem um tom mais sério, envolvendo o Zemo – vilão do filme – , a parte “Guerra Civil” chama um tom mais divertido, utilizando a clássica fórmula de ação com humor, desta vez sem muitos exageros.
Obviamente, está longe de ser uma adaptação fiél aos quadrinhos, contudo, toda a base da saga está lá. A cisão dos heróis, as épicas pancadarias e os momentos que você fica indeciso para quem torcer.
Com seu gigantesco universo cinematógrafico, a Marvel nos apresentou a inúmeros personagens carismáticos. Durante o filme, é impossível não ficar em conflito sobre as questões de Liberdade VS Responsabilidade, e Ser Herói vs Ser Vigilante que o filme aborda. Você entende muito bem os dois lados da moeda.
Como praticamente todos os personagens do filme já apareceram em filmes anteriores, não houve necessidade de muito desenvolvimento de personagem. Entretanto, o importante era que os personagens tivessem um bom tempo em tela, o que é bem conduzido pelos irmãos Russo.
Enquanto a Feiticeira Escarlate tenta entender mais seus poderes e o Visão tenta se adaptar ao estilo humano de ser, a Viúva Negra é uma das personagens com maior conflito interno – o Homem-Formiga é totalmente utilizado para cenas de humor. Ou seja, cada um tem seu próprio momento mesmo fora dos combates. Lutas que são extremamente bem feitas e empolgantes, destaques para a “cena da escada” e a briga dos heróis no aeroporto.
O Pantera Negra, que já vimos desde os trailers que tem um uniforme fantástico, foi apresentado de forma excelente, seu arco de apresentação é bem desenvolvido e sem dúvidas, o personagem é um dos mais imponentes de todos que estão no filme, e que não tem motivação envolvendo política ou amizade.
O Peter Parker de Tom Holland é sem dúvidas o melhor que já vimos no cinema. Temos aqui um adolescente, atrapalhado, que não tem muito dinheiro e é nerd. É carismático, rouba muitas cenas do filme e sem dúvidas é o mais fiel aos quadrinhos.
A trocação de farpas entre o Steve Rogers e Tony Stark é muito gratificante de se ver pois é algo trabalho desde Os Vingadores, de 2012. Então, de todos os confrontos, sem dúvidas, a luta entre eles é a mais interessante, também graças a ótima atuação do Chris Evans e do tom mais sério que o Robert Downey Jr. usou em seu personagem.
Infelizmente, o principal ponto negativo fica para o vilão. O personagem Zemo (Daniel Bruhl), totalmente deturpado de suas características originais, tem uma motivação compreensível, mas a maior parte do seu plano não faz tanto sentido, e decorre de inúmeras coincidências acontecendo uma atrás da outra.
Capitão América: Guerra Civil sem dúvidas entra para o TOP5 dos melhores filmes da Marvel de qualquer fã, e continua seguindo a fórmula de sucesso! E fica a recomendação: O filme tem duas cenas pós-créditos! 9/10