Análise – X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

Depois do fracasso de X-Men 3 Confronto Final (dirigido por Brett Ratner), Bryan Singer (diretor dos dois primeiros filmes do X-Men) voltou para o comando do universo mutante com o ótimo X-Men: Primeira Classe, para consertar os problemas de cronologia. O resultado foi mais furos e a formação de uma das franquias mais confusas do cinema.

Tempos depois, a solução definitiva encontrada foi: viagem no tempo! Uma pequena mudança no passado e você tem uma desculpa para resetar tudo. E pra facilitar a vida de Bryan Singer, os mutantes têm nos quadrinhos uma das mais conhecidas histórias de viagem no tempo já criadas nas HQs, Dias de um Futuro Esquecido. Porém, esse filme foi uma prova que nem sempre viajar no tempo resolve tudo.

Em 2023, o mundo está tomado pelos Sentinelas, máquinas produzidas especialmente para aniquilarem qualquer mutante e quaisquer simpatizante da causa destes. Os poucos X-Men restantes resistem como podem, liderados pelo Professor Xavier (Patrick Stewart) e seu melhor inimigo, Magneto (Ian McKellen), mas estão no limite de suas forças.

Em um plano desesperado, a consciência de Logan para seu corpo mais jovem, em 1973, para impedir que Mística assassine Bolívar Trask, criador dos sentinelas e ativista anti-mutantes, evento que levaria ao futuro pós-apocalíptico. Para ajudá-lo, Wolverine terá que recrutar as versões mais jovens de Xavier e Magneto, antigos amigos que romperam seus laços após o final de “Primeira Classe”.

O filme faz o seu trabalho de dar reset, porém acaba pecando em vários outros aspectos, como no próprio roteiro que insiste focar no conflito entre humanos e mutantes, conflito já explorando em todos os filmes anteriores. Embora a atuação excelente do Michael Fassbender como Magneto, já é quinta vez que o personagem continua sendo o vilão do filme, algo que finalmente será mudada em “X-Men: Apocalipse”, continuação deste filme.

Muitos dos personagens são mal aproveitados durante o enredo, o Mercúrio (filho do Magneto nas HQs) rouba a cena da fuga do Magneto no Pentágono, assim como o Noturno em X-Men 2, porém, o personagem simplesmente é deixado de lado durante todo o filme, assim como o Wolverine que pouco se destaca nas duas horas de filme.

Ainda falando dos personagens, é preciso muito “desligar o cérebro” para se entender os atos de alguns personagens, que pouco parecem reais, sempre mudando de lado, sendo uma hora “heróis” e em outro momento “vilões”, o que acaba levando a um excesso de reviravoltas sem emoção.

Porém, é de se destacar que o filme não se resume em defeitos.  O elenco do filme é bastante competente, Fassbender é um ótimo Magneto, Hugh Jackman continua excelente como Wolverine e a Jennifer Lawrence faz um bom papel como Mística.

A ambientação do filme é espetacular, faz o público a aceitar que realmente a narrativa está se passando nos anos 70. As cenas de ação, carregadas de belos efeitos visuais, valorizam os poderes diferentes dos mutantes e a interação entre eles, jamais se tornando repetitivas.

Mesmo com alguns elementos mal explicados, especialmente quanto ao meio de viagem no tempo, esse ariscado filme deixa um futuro indefinido para a franquia, ao mesmo tempo que em dá um adeus para muitos dos personagens que não voltarão mais. É um bom filme, não supera ao seu antecessor “X-Men: Primeira Classe”, mas consegue ser um ótimo momento de diversão. Recomendado, e fica uma dica: Assista a cena pós-créditos.