“O Espetacular Homem-Aranha” não chega a ser espetacular, mas concerteza é bem agradável!
Era anunciado anos atrás que “Homem-Aranha 4”, que seria o quarto filme do herói sob as mãos do diretor Sam Raimi, não existiria e que os direitos do personagem passariam para a Sony Pictures, onde essa produziria uma recontagem, da história do amigo da vizinhança em um novo filme.
De início, muitos ficaram com um pé atrás, afinal seria um reboot lançado pouquíssimo tempo depois do final de uma triologia do mesmo personagem, então finalmente venho confirmar: O Reboot funcionou, apenas bateu de frente com o primeiro filme, mas funcionou.
A trama do filme começa recontando a história de Peter Parker (Andrew Garfield), que foi o motivo principal desse reboot acontecer, onde Peter é um jovem que vive desde criança com seus tios Ben e May após seus pais terem que sair de casa por algum motivo, e acabarem sendo mortos em um acidente de avião.
Peter Parker acaba descobrindo que seus pais trabalhavam em um projeto de cruzamento de espécies junto com o Dr. Curt Connors (Rhys Ifans) e para conhecer mais sobre seus pais, ele vai até a Oscorp atrás desse doutor e é nesse local onde ele é picado por uma aranha geneticamente modificada, que aparentemente é fruto do trabalho de seus pais junto com Connors.
O herói ajuda o Dr. Connors a resolver uma equação que possibilita o “sucesso” do projeto do doutor e acaba gerando o grande vilão do filme: o Lagarto.
Primeiramente, eu penso algo a respeito de recontar a história do Peter Parker e surgimento do Aranha: era realmente necessário? Tudo bem que o surgimento dos poderes do Peter, do Lagarto, agora tudo é interligado, até demais, fazendo com que quase tudo que ocorra no presente, fosse fruto do passado dos pais do Parker. O problema é o seguinte: o passado do Peter NÃO é interessante. Na triologia antiga, todo mundo engoliu numa boa a história dos pais do aranha terem morrido em um acidente, e pronto, assunto encerrado, a relação dos pais do Peter não precisa acontecer em filme nenhum.
O Espetacular Homem-Aranha deve agradar muitos fãs por ser mais fíel as HQs do que aos filmes de Sam Raimi, porém, por algum motivo, repito em dizer: os roteiristas pegaram logo o surgimento do Homem-Aranha mais “desgostado” pelo público ao invés de pegar uma história do cabeça de teia que fizesse um maior sucesso.
Enfim, detalhes a parte, segundo ponto a se ver: atuação. Confesso que será um pouco díficil falar de Homem-Aranha e não lembrar do rosto do Tobey Maguire que era um Peter Parker perfeito, com a cara e jeito nerd de ser. Já o atual Peter, interpretado pelo Andrew Garfield é bem mais “descolado”, anda de skate e etc, e de nerd só tem a inteligência. Sobre a atuação do Garfield como Parker, digo que ficou boa, talvez seja díficil dizer que o novo Peter seja melhor depois de vários anos acostumados com o Maguire, mas, sim, o Andrew não desaponta como Peter Parker.
Agora, sobre as outras atuações, não vejo sequer o que reclamar, apenas um pouco da Tia May (Sally Field), que ficou devendo um pouco mais de emoção, apesar de que a personagem nem teve destaque. Em relação aos outros atores e atrizes, só elogios: o novo tio Ben ficou muito divertido e bem humorado, apesar de sua morte ter sido muito menos impactante do que no filme do Sam Raimi. O Rhys Ifans também não deixa a desejar e faz um otimo “vilão”, o Lagarto, esse que apesar de tudo ficou “bonzinho”, nada demais, porém não chega ser tão ruim como certas críticas falam. E é agora que chegamos a Gwen Stacy, interpretada pela bela Emma Stone, se encaixou muito bem na história, e sinceramente deixa a Mary Jane para trás.
E aí chegamos na parte da relação entre a Gwen e o Peter, que também não deixa a desejar, seus dialógos e momentos são todos ótimos, afinal com Marc Webb na direção isso não poderia dar errado.
Falando em dar errado, O Espetacular Homem-Aranha não escapa de seus problemas: primeiro, por algum motivo, eles excluíram vários momentos presentes em trailers, e encurtaram ainda mais a visão em primeira pessoa, que simplesmente NÃO PRECISAVA APARECER, não adiciona nenhuma emoção, ou algo do tipo, totalmente desnecessário.
Outro problema que eu notei foi o seguinte: Trilha sonora, simplesmente fraca, muito fraca ficou devendo muito mesmo (considerando que o primeiro filme foi indicado ao Oscar de Melhor Som), as cenas de ação ,por exemplo, que além de ocorrem quase na metade do filme (deixando o início bem monótono), serem boas, mas curtas ainda vem com uma música que não combina, isso realmente tira o brilho do que deveria ser o melhor momento do filme.
E fica a informação: Esse novo Aranha é muito engraçado, fazendo piadinhas sempre que possível, o que é bom, se não fossem os poucos momentos que há tempo para o Cabeça de Teia brincar.
Enfim, “O Espetacular Homem-Aranha” não é espetacular, nem perfeito, mas está bem distante de ser um filme ruim, como certas pessoas dizem na internet. O filme consegue ser bem melhor que qualquer um da triologia de Sam Raimi, e ainda lhe dá duas horas de diversão e ainda tira algumas risadas, só que repetindo, não vá com expectativa de ver algo surpreendente, mas com expectativas de ver um filme bom a nivel do Cabeça de Teia.
E sim, tem cenas pós-creditos!
Nota: 8/10